20 de outubro de 2025 09:42

Araguaína

Araguaína: O teatro da crise na Câmara Municipal

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A Câmara Municipal de Araguaína, em um show de malabarismo retórico, tenta convencer a população de que está fazendo sacrifícios. A realidade, porém, parece ser outra, e a cortina que se levantou para exibir a “crise” esconde um banquete de privilégios.

É curioso observar o comportamento da Mesa Diretora. Após uma liminar judicial enxugar os repasses da prefeitura, a resposta foi imediata e teatral: cortes de gratificações, redução de salários e, o mais cruel, a tesoura no tíquete-alimentação dos servidores, aqueles que efetivamente fazem a máquina rodar. A narrativa é de “austeridade” e “sacrifício coletivo”. Um discurso bonito, quase poético, se não fosse descaradamente falso.

A maquiagem cai quando se olha o espelho. Enquanto o discurso de “aperto no cinto” ressoa nos corredores da Casa, a realidade nos bastidores é de uma farra com o dinheiro público. A Câmara mantém contratos temporários com salários de mais de R$ 8 mil, por exemplo, para a função de vigia.

Não se trata de uma exceção, mas de um sintoma de um sistema doente que premia a lealdade política em detrimento da meritocracia e da responsabilidade fiscal.
A falta de transparência é o molho desse banquete. A ausência de justificativas para os altos salários, a opacidade na contratação de cargos administrativos e a omissão deliberada da Mesa Diretora diante da cobrança popular são, no mínimo, revoltantes.

O que se desenha não é uma crise, mas um jogo de xadrez em que a população, mais uma vez, é o peão sacrificado.

É hora de parar de acreditar no teatro e começar a exigir a verdade. O que a Câmara de Araguaína vende como responsabilidade é, na verdade, uma cortina de fumaça para proteger os privilégios de poucos, enquanto a maioria arca com as consequências. Afinal, a crise não é igual para todos. Para alguns, é um obstáculo. Para outros, uma oportunidade de lucrar. E para o povo, uma certeza: a conta, no final das contas, sempre chega.

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